Resenha do texto: A heterônoma
da arte - Entre nostalgia e modernidade
Por: Marcos Cichelero
Jimenez
aborda neste texto as questões estéticas propiciadas por quem ele chama de os artesões
da modernidade no século XX, Marx, Nietzsche e Freud. Esses pensadores têm em comum
o fato de tentarem compreender o papel e o significado das forças camufladas, inconscientes, que
reagem ao mesmo tempo à atividade dos homens e o devir da humanidade. Todos
eles procuram identificar os mecanismos que identificam a “evolução” da
sociedade. Para Marx esse mecanismo esta voltado as questões econômicas, para
Nietzsche este mecanismo diz respeito a questões culturais, morais e religiosas
e para Freud os mecanismos que identificam a evolução da sociedade são de cunho
psicológico. Marx Nietzsche e Freud são
abordados neste texto por Marc Jimenez porque cada um a sua maneira conserva
uma nostalgia pela antiguidade.
Para
Marx todas as nossas representações repousam sobre uma base econômica,
determinada pela produção e pelo comercio dos homens. Para ele a arte e a
cultura não são atividades transcendentais ou divinas mas sim produtos de uma sociedade organizada e
estruturada pelo intercambio econômico. Senso assim o desenvolvimento artístico
esta, pela visão de Marx, diretamente ligado ao desenvolvimento econômico. Ele
justifica que a arte que surge em uma determinada época pode agradar seus contemporâneos
porem não agradar seus sucessores. Isso não é apenas uma questão de gosto, mas
se refere ao fato das condições materiais e de produção mudarem ao decorrer do
tempo trazendo uma modificação nas formas de produção. Jimenez aponta a admiração pela Grécia antiga
que Marx apresenta devido ao efeito da cultura e da educação de sua época,
segundo Jimenez Marx é um produto de uma educação humanista e burguesa que
responde aos critérios estéticos transmitidos pela tradição.
Nietzsche
por sua vez é apresentado por Jimenez como um pesador contraditório, que diz,
se contradiz e ainda diz que se contradiz. Alem e acima de toda essa
contradição, Nietzsche é um dos primeiros psicanalistas das tensões e pulsões que
agitam a sociedade ocidental. No entanto a ideologia desenvolvida por ele foi
muitas vezes mal interpretada, chegando a ser utilizada erroneamente pelos
Nazistas.
Freud
se aprofundou no pensamento humano, buscando analisá-lo extraindo desta experiência
conclusões estéticas e psicológicas. O complexo de Édipo é considerado por
Freud como o primeiro indício de uma relação profunda entre obra de arte e o inconsciente.
Ele desenvolve teorias psicanalíticas a partir de obras de Leonardo da Vinci e
de Michelangelo. Porem o grande mérito de Freud consiste em mostrar o prazer e
o gozo que se extraem da compreensão da obra de arte. A ilusão da arte é vista
por Freud como uma consolação da para os males impostos pela realidade. A estética
de Freud é uma estética do conteúdo, onde não interessa nem os processos técnicos
de criação da obra, estes elementos são vistos apenas como um brinde de sedução
que distingue a obra de arte do sonho e a emoção estética deriva da esfera erótica.
Bibliografia:
Jimenez
, M. O que é estética? São Leopoldo,
RS. Editora UNISINOS. 1998 p. 231 a 272